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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Campoamor


Esta recente publicação da Campo das Letras Editores, prefaciada por Urbano Tavares Rodrigues e comentada por Baptista-Bastos, destaca-se pela inovação com que coloca a realidade como objecto de ficção. Trata-se um romance mágico do escritor Hugo Santos. Em “Campoamor” encontramos a história de uma vila alentejana, branca e lenta como só elas o são. Repleta de amores e desejos, ambições e desilusões, intrigas e dramas, as páginas sucedem-se numa leitura fácil mas de perder o fôlego. Deixar-se seduzir por “uma história de encornados, encornadores e pássaros avisadores”, tão familiar a muitos de nós. Será certamente um prazer. Permitir-nos-á colocar em questão os nossos próprios valores e determinadas crenças familiares e sociais. A forma peculiar de Hugo Santos escrever e até de pontuar e a sua estrutura verbal cuidada reservam seguramente ao autor, um lugar de sucesso no campo da literatura portuguesa. Foi uma boa surpresa!

Blair – A Moral e o Poder


Com apenas 28 anos de idade, Bernardo Pires de Lima aplicou todos os seus conhecimentos adquiridos ao longo dos últimos anos na área das relações internacionais nesta obra trazida até nós pela Guerra e Paz. Como o próprio título indica, o tema central será a figura de Tony Blair e o período de dez anos em que a sua influência mais se fez sentir enquanto líder da política externa na Grã-Bretanha. Os seus reflexos na Europa e no Mundo nunca mais serão esquecidos. Com prefácio de José Lamego, fazendo uso de uma compreensão algo crítica dos acontecimentos, mas sem emitir juízos de valor, o autor explora em seis capítulos uma década de política externa dos trabalhistas a nível nacional e internacional. A “ousadia intelectual” do autor foi o ingrediente decisivo na construção de “Blair – A Moral e o Poder”. Do final da Guerra Fria a Maastricht, passando pelo Kosovo e Iraque, aqui se prova que escrever sobre a história do presente é possível e, acima de tudo, fundamental para o futuro de todos nós enquanto cidadãos do mundo.

Assim Matam os Portugueses


Para ajudar a compreender dez dos crimes que chocaram Portugal, surgiu “Assim Matam os Portugueses” de Ricardo Marques, reputado jornalista da imprensa escrita. Ao depararmo-nos com uma prosa fluida e leitura fácil, torna-se difícil largar este livro. Os capítulos sucedem-se numa interligação coerente. A abordagem do autor permite-nos estabelecer relações entre os vários casos abordados e compreender as inquietudes daqueles que os protagonizaram e investigaram. Indo além do relato jornalístico, o autor explica as próprias técnicas policiais de investigação pericial e a importância do pormenor na descoberta da identidade do criminoso. Todos recordam o caso do cabo da GNR que matou três jovens raparigas, ou de Maria das Dores, cuja ganância a levou muito além da fama quando planeou a morte do seu marido. Estes e outros, resolvidos ou por resolver, são alvo da reconstrução sem juízos do autor. Para Francisco Moita-Flores, que prefacia esta original obra da Esfera dos Livros, este livro “conduz-nos às entranhas do homicídio”, o crime “mais temido por qualquer cidadão”.

O Meu Primeiro Portugal


Para que os mais jovens compreendam e gostem de Portugal e da sua história, a Dom Quixote publica “O Meu Primeiro Portugal”. Com o texto rico e pleno de José Jorge Letria e a ilustração simbólica de Henrique Cayatte, pequenos e graúdos têm à sua disposição uma obra que a todos ajudará a compreender o passado e pôr os olhos no futuro. Conceitos como “pátria”, “saudade”, “povo”, “passado” e “destino” ficarão mais próximos de todos o que saborearem esta história ao som do próprio hino nacional, em CD incluso. Para ajudar a desenvolver o orgulho de ser português e de se pertencer a uma pátria cheia de História e histórias, este é o livro certo. Com o texto escrito na primeira pessoa, ficamos com a sensação de que a pátria, essa entidade superior mas difícil de concretizar, fala connosco, ao nosso coração, numa língua que será sempre nossa. De Miguel Torga a Camões, assistimos a uma obra curta que se torna a mais abrangente de todas. Termina com a cronologia de algumas datas da História de Portugal, do ano 711 ao de 2007. Para além d’A Portuguesa, a bandeira em que o vermelho e o verde se completam está também incluída neste livro de afectos.