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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Massacres em África


Publicado recentemente pela Esfera dos Livros, “Massacres em África” da autoria da jornalista Felícia Cabrita, é, uma vez mais, o culminar de anos de trabalho de investigação. Foi desde a primeira vez que aterrou em Angola, em 1991, que se dedicou a calar o silêncio que insistia em esconder os massacres cometidos nas antigas colónias portuguesas durante o período do Estado Novo. Na década de 50, os massacres de Batepá, em São Tomé, marcam o início do seu relato. A jornalista conduz-nos depois até 1961, à chacina da UPA sobre os colonos portugueses. A luta na Guiné e o massacre de Wiriyamu, que tiraria a vida a centenas de moçambicanos, e ainda a história de Sita Valles, são igualmente alvo da investigação de Felícia Cabrita. Partindo muitas vezes de testemunhos recolhidos no local, onde as recordações das pessoas e os cheiros dos locais ajudam à reconstrução de cenários, passando por inúmeras horas de pesquisa de arquivo, a autora apresenta-nos o lado mais negro dos homens nunca perdendo de vista o seu objectivo diário, a descoberta da verdade como imperativo da consciência. Esta verdadeira história da violência em África é ainda enriquecida por um conjunto de documentos e imagens impressionantes.

Objectos Voadores e Outras Histórias de Indisciplina


Numa altura em que os episódios de indisciplina grassam pelas escolas portuguesas, esta publicação da editora Quarteto, integrada na colecção Educação Prática, assume-se de grande importância enquanto estímulo para a reflexão sobre o tema. Como reagir e lidar perante situações de indisciplina, faltas de educação, rebeldia, desinteresse e desmotivação? O caderno “Objectos Voadores e Outras Histórias de Indisciplina” parte de doze histórias exemplo criadas com o intuito de conduzir à sua análise e reflexão, relacionando teoria e prática, exercitando a resolução de casos problema, identificando causas, consequências e alternativas. Entre elas, encontram-se: objectos voadores, melindres, apetece-me comer algo, falta colectiva, troca de mimos, vias de facto, atrasos e grafittar. As autoras, Suzana Caldeira e Isabel Estrela Rego, criam, assim, um instrumento útil a qualquer formador de professores, ao futuro professor mas também ao professor em formação contínua e com permanente necessidade de discutir, analisar e trocar experiências.

1808


O autor, jornalista brasileiro Laurentino Gomes, apresenta-nos nesta obra editada pela Livros d’Hoje, das Publicações Dom Quixote, o resultado de dez anos de investigação jornalística sobre o êxodo da corte portuguesa, no início do séc. XIX, para o Brasil que, até então, não passava de uma mera colónia ultramarina. Com o continente europeu em alvoroço, devido aos avanços de Napoleão sobre vários estados, o autor explica como a situação foi, de forma algo caricata, contornada pelos Portugueses e, essencialmente, por D. João VI, um rei que nunca o quis ser. Em 1807, na iminência de uma invasão francesa, a corte prepara então a sua fuga para o Brasil, onde chegam em 1808. Nessa altura, em Portugal, forças portuguesas, com o auxílio das tropas britânicas, derrotam Napoleão na Batalha do Vimeiro. É neste cenário de guerras napoleónicas, revoluções republicanas e escravidão que se dá a mudança e instalação da corte portuguesa no Brasil. O autor relata assim, em “1808”, de forma bastante acessível e divertida, a história dos personagens reais de há duzentos anos atrás. Qualquer semelhança com alguns governantes actuais será (ou talvez não) pura coincidência.

Abraão – O Pai das Três Religiões


A Ministério dos Livros, marca registada das Edições Saída de Emergência, traz até nós a história reconstruída do fundador do Judaísmo, Cristianismo e Islamismo, as três principais religiões mundiais. Se, ao longo dos tempos, tantos conflitos têm tido a sua origem em preceitos religiosos, como lidar então com a ideia de o fundador de todas aquelas religiões ter sido a mesma figura? Como é evidente, a investigação de Bruce Feiler só poderia resultar numa obra intensamente discutida desde o momento da sua publicação. Tendo-se deslocado a regiões marcadas por conflitos inter-religiosos, o autor procurou traçar o papel importante de Abraão na união e separação de cerca de metade dos crentes do Mundo. Neste relato de busca, que culmina numa importante mensagem de esperança, são explorados os paralelos entre religiões e algumas das mais importantes questões emocionais do nosso tempo. O livro encontra-se organizado em várias unidades: os acontecimentos da vida de Abraão, o modo como as várias religiões têm interpretado a sua história e, finalmente, o seu legado, isto é, o papel que Abraão pode assumir nos dias de hoje. “Abraão” foi capa da revista Time, bestseller do New York Times e considerado um dos melhores livros de 2007.

Criaturas do Abismo


Numa edição de luxo da editora Esfera dos Livros, a obra “Criaturas do Abismo” revela-nos imagens quase secretas dos habitantes de um mundo misterioso e único, as profundezas do oceano. A autora, Claire Nouvian, é jornalista e realizadora de séries sobre a vida animal, em especial sobre investigação oceanográfica. Durante anos, reuniu todas as fotografias de criaturas marinhas recolhidas por robots que mergulham até 6000 metros de profundidade, escolhendo para esta publicação as mais espectaculares e algumas inéditas, que contemplam desde o vampiro dos abismos ao polvo-com-orelhas! Acompanhadas de textos explicativos sobre cada uma das espécies, as imagens deixarão o leitor sem fala quando for confrontado com a diversidade de criaturas que nem sonhamos que habitam o mesmo planeta que nós…

Três Semanas em Paris


A eterna cidade do amor e das luzes, Paris, serve de cenário a mais um romance de Barbara Taylor Bradford, uma das escritoras mais publicadas e traduzidas em todo o mundo e editada em Portugal pelas Publicações Europa-América. Mistério, segredos e muita paixão são os pontos fortes desta história que junta, sete anos passados sobre a separação, quatro mulheres que estudaram na mesma escola de artes da capital francesa. O pretexto é a festa de aniversário da sua antiga professora e mentora, Anya Sedgwick. O carinho e admiração por Anya faz com que as quatro ex-amigas, que a traição separara, aceitem o convite e se reencontrem. Paris verá, assim, acordar os fantasmas do passado de Alexandra, Kay, Jessica, Maria, as melhores e mais atormentadas alunas de artes de Anya durante a década de 90. “Três Semanas em Paris” mostra como apenas o regresso a lugares marcantes do passado poderá exorcisar e ajudar a ultrapassar assuntos que condicionam até o presente.

A Culpa dos McCann


Da autoria do jornalista Manuel Catarino, chefe de redacção do jornal Correio da Manhã, e com prefácio de Francisco Moita Flores, “A Culpa dos McCann” relata de forma clara e imparcial todos os passos da investigação sobre o desaparecimento de Maddie, um mistério real que apaixonou o país e o mundo. Não se trata de uma visão romantizada da situação, mas sim de uma verdadeira reportagem em prosa, transformando o livro num documento imprescindível para quando, mais tarde, se contruir, em definitivo, a história do desaparecimento de Maddie. Desde os seus últimos momentos em público ao inesperado regresso a Inglaterra de toda a família meses depois, passando por uma entrevista a José Manuel Anes, um dos mais respeitados criminalistas portugueses e especialistas em segurança, nenhum momento foi obliterado. De salientar ainda as muitas páginas dedicadas a fotografias dos momentos mais marcantes da presença da família McCann em Portugal, antes e depois do desaparecimento de Maddie. Editado recentemente pela editora Guerra e Paz, o jornalista confirma o poder da comunicação social em todo o mundo, assim como o conjunto de manobras, movimentações e conjecturas capazes de a fortalecer e manipular.

O Sétimo Selo


O quinto romance de José Rodrigues dos Santos, conhecido jornalista da RTP, vai já na 9.ª edição em apenas três meses. Para os seguidores da escrita deste autor, este é o regresso aos temas da actualidade. A preocupação com o planeta em que vivemos, a sobrevivência da humanidade, o abastecimento energético e o desenvolvimento sustentável constituem os principais catalisadores de uma história de mistério passada entre a Antárctida, a Sibéria, a Austrália e Portugal. Caberá novamente a Tomás Noronha investigar a morte de um cientista e o misterioso rabisco encontrado junto ao cadáver pelo criminoso onde se lia apenas o número 666, o número da besta. Esta obra, publicada pela Gradiva, resulta de uma investigação científica rigorosa levada a cabo pelo autor. Todas as informações históricas, técnicas e científicas referidas no romance são verdadeiras e estão actualizadas. “O Sétimo Selo” é uma obra valorosa pela trama mas, simultaneamente, pela função cívica que desempenha, podendo mesmo vir a abalar o modo como cada um de nós vê o futuro da humanidade e do próprio planeta Terra.