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sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Eça Agora


Sete autores escreveram a catorze mãos uma crónica de costumes dos tempos modernos onde apenas o espírito de Eça de Queiroz poderia vir a impor alguma moderação em certas situações. Em “Eça Agora”, uma das últimas publicações da Oficina do Livro, Alice Vieira, João Aguiar, José Fanha, José Jorge Letria, Luísa Beltrão, Mário Zambujal e Rosa Lobato de Faria, constróem uma trama paralela à de “Os Maias”, adaptando à contemporaneidade as personagens criadas por Eça. Trata-se de uma tentativa de ver a sociedade actual através do olhar crítico de um dos autores mais marcantes da literatura portuguesa. Repleto de episódios e situações divertidas, esta não foi uma tarefa fácil para os autores que, decerto, muito se esforçaram por tentar imitar a visão risonha, e simultaneamente séria, que Eça de Queiroz veiculou. Terá valido a pena o esforço, sem dúvida! Avizinham-se bons e saudáveis momentos com esta obra, o que poderá, em última instância, motivar a leitura dos eternos clássicos do verdadeiro Eça…

Dicionário Médico Para Todos



As Publicações Dom Quixote, através dos Livros D’Hoje, trazem até nós o precioso “Dicionário Médico Para Todos”, da autoria de J. L. Themudo Barata, distinguido pelo seu trabalho na defesa da importância da actividade física e disciplina alimentar. Com o auxílio deste livro, ser-nos-á possível compreender de forma clara a linguagem dos médicos durante as consultas, dos resultados dos exames ou das bulas de medicamentos. Partindo da raiz etimológica dos termos, explicando a utilização e o significado de determinados sufixos e prefixos, organizando a informação do ponto de vista visual, através de tabelas e quadros explicativos, tudo foi pensado no sentido de desmistificar a linguagem utilizada no domínio da saúde. Trata-se de uma obra inédita nesta área e que será de extremo interesse não só para os próprios profissionais de saúde, mas também para o público em geral, desde os que se preocupam em compreender aspectos relacionados com a sua saúde até aos que desejam aprofundar os seus conhecimentos em termos linguísticos.

A Filha da Abortadeira


Este é o quarto romance da escritora americana Elisabeth Hyde, que chega até nós pela mão da editora Guerra e Paz. O aborto, assunto amplamente discutido (e discutível) no nosso país nos últimos tempos, assume-se como tema central desta história que se tornou, nos últimos tempos, num verdadeiro sucesso internacional. O enredo, os seus principais acontecimentos e as posições assumidas pelas personagens irão certamente desafiar as convicções e crenças pessoais do leitor. A história desenvolve-se em redor e a partir da morte de Diana Duprey, uma médica que praticava abortos. Devido a esta actividade, a sua pessoa suscitava sentimentos extremos por parte dos que a rodeavam. Desde os que apoiavam incondicionalmente aos que repudiavam a sua forma de vida e modo de pensar, todos, inclusive a família, passarão a ser suspeitos da sua estranha morte. O desenrolar da história e das investigações mostrarão como as concepções sobre a sociedade em que nos movimentamos, o amor e até a fidelidade podem ser postos em causa.

Responde Se És Homem


A autora, Rita Ferro, lançou um repto a Rosado Fernandes, antigo reitor da Universidade de Lisboa e fundador da Confederação de Agricultores de Portugal. O desafio consistia numa troca de cartas (as “Epístolas Aos Incrédulos”) entre ambos, onde se discutissem as eternas questões que separam e atraem os homens e as mulheres da sociedade actual. O resultado foi este “Responde Se És Homem”, um livro a duas vozes publicado recentemente pelas Publicações Dom Quixote. A voz de Rita Ferro é, na sua essência, feminista, pois acredita que não há nada na vida que um homem saiba fazer e que, por sua vez, a mulher não consiga igualar ou superar. Por outro lado, Rosado Fernandes, responderá em nome do seu género, quer lamentando, quer defendendo os homens, com a sabedoria e sentido de humor característicos da sua maturidade e experiência. Trata-se de uma “conversa” bem-humorada e empolgante, em que o sexo não é afastado das posições tomadas e que se torna interessante para todos os homens e mulheres apreciadores da discussão saudável e rica em conteúdo.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Ayaan Hirsi Ali – Uma Mulher Rebelde


Esta é a história, contada na primeira pessoa, de uma das mulheres que mais controvérsia gerou nos campos da política e da religião nos últimos anos, Ayaan Hirsi Ali. Assumindo-se como “Uma Mulher Rebelde” desde o título até à última página, ninguém a poderá, no entanto, acusar de não ter tentado ser sempre uma boa muçulmana. Nascida na Somália, viveu a sua juventude entre este país, a Arábia Saudita, a Etiópia e o Quénia, seguindo a família e os preceitos, bem como sofrendo as violências, da religião na qual nascera.
O seu espírito independente, inquisitivo e inteligente não lhe permitiam, contudo, concordar com todas as palavras do Corão nem com a forma como estas são transmitidas geração após geração. No seu relato, publicado pela Presença, a autora mostra-nos como as exigências do Islão não permitiram que muitas nações africanas se desenvolvessem de modo a aceitarem e promoverem o avanço científico, a comodidade e o conforto da vida moderna, o respeito e a igualdade entre homens e mulheres, entre raças e etnias diferentes.
Inconformada com o destino que a família previra para si, passando por um casamento que não desejava, Hirsi Ali consegue, por sua conta e risco, instalar-se na Holanda, fazer amizades, estudar, trabalhar, tornar-se cidadã holandesa e ser eleita deputada da Câmara Baixa pelo Partido Liberal. Deixara para trás a família mas ajudava-os, mesmo à distância. A liberdade do Ocidente permitia-lhe expor as suas críticas ao Islão e lutar pelos direitos das mulheres entre outras causas. Uma das formas de expressar o seu inconformismo foi através do argumento do filme Submission, de sua autoria, realizado por Theo van Gogh. Devido a este filme, onde se contesta a posição submissa das mulheres muçulmanas, van Gogh seria assassinado e Hirsi Ali perseguida por extremistas islâmicos até aos dias de hoje.
Vale a pena ler este relato inspirador de coragem renovada e determinação apesar de todas as contrariedades sociais, religiosas, políticas e familiares.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

A Saúde Pelos Citrinos


Integrado na colecção Arte de Viver, da Europa-América, “A Saúde Pelos Citrinos” constitui um precioso instrumento para todos os que valorizam e fazem questão de aproveitar as propriedades naturais deste grupo específico de frutos. Sylvie Haineault destaca as virtudes terapêuticas e os remédios à base não só dos citrinos ditos usuais, como a laranja, o limão e a lima, mas também dos citrinos exóticos, como a bergamota, o kumquat ou o tângelo. As receitas apresentadas (sumos, entradas, sopas, saladas, vinagretas, sobremesas…) são bastante originais e ilustram a aplicabilidade destes ingredientes na cozinha dos nossos dias que se quer cada vez mais saudável. A título de curiosidade, aconselha-se uma leitura atenta dos truques práticos apresentados no último capítulo. Para além de serem uma benesse para a saúde, os citrinos podem ainda ajudar-nos nas limpezas e até a afugentar os insectos (alguns, pelo menos…)!

Desenvolva Uma Mente Prodigiosa


Ramón Campayo, autor de “Desenvolva Uma Mente Prodigiosa”, é campeão e recordista mundial de memorização rápida e de fundo, desde cadeias de palavras a cartas de jogar. Detentor de uma velocidade e capacidade de leitura dez vezes superior à de um estudante universitário comum, Campayo dedica-se agora ao ensino das suas técnicas de estudo, memorização e leitura. Para chegar a um público ainda mais abrangente, o autor, por intermédio da Esfera dos Livros, convida o leitor a exercitar a mente e a desenvolvê-la até ao limite, utilizando, para esse fim, este manual de ginástica mental. Nos seus onze capítulos, poderemos encontrar os mais variados exercícios que poderão ajudar-nos a fazer o melhor uso das capacidades da nossa mente. Ouse ampliar o seu talento através da técnica de um campeão!

A Santa Aliança


Familiarizado ao longo da sua carreira com os assuntos mais polémicos da actualidade, Eric Frattini reúne em “A Santa Aliança”, publicado pela Campo das Letras, os resultados das suas investigações sobre os bastidores do Vaticano e as movimentações escusas ali ocorridas durante os últimos cinco séculos. A criação do serviço de espionagem do Vaticano, em 1556, marcou o início de séculos de operações ilícitas mais ou menos (des)cobertas. Sempre em nome de Deus, ao serviço da fé e por ordem do Papa, as decisões tomadas nunca poderiam ser contestadas, quer tal implicasse assassinatos, financiamentos de regimes políticos totalitários e ditatoriais, fugas de criminosos ou crimes económicos. Uma obra controversa, polémica, que só um jornalista de coragem como Eric Frattini poderia escrever. Este é um livro para os leitores que sempre procuraram a verdade e a transparência mesmo que, para tal, os mitos tenham de cair.

A Ilha




O primeiro romance de Victoria Hislop chega até nós pelas mãos da Civilização Editora como uma leitura para os momentos calmos. O segredo de “A Ilha” reside na escrita cativante e comovente que a autora utilizou para nos dar a conhecer a história de Alexis Fielding e do passado da sua família, há muito deixado para trás numa pequena aldeia da ilha grega de Creta. Determinada em desvendá-lo, Alexis decide partir em busca dos segredos do passado, contando até com a ajuda da mãe, Sofia, que a encaminha para Fotini, uma amiga de longa data que lhe revelará como a guerra, a lepra e a paixão marcariam para sempre a sua família. Trata-se de uma história onde o romance se entrelaça com os factos médicos de uma forma harmoniosa e coerente. Aqui, o leitor poderá descobrir muito acerca da lepra, esse flagelo de fácil e acessível erradicação, mas que continua a fazer-se sentir em pleno século XXI. A escritora e jornalista que conseguiu, em pouco tempo, fazer chegar a sua obra a quase um milhão de leitores, promete voltar a surpreender.

terça-feira, 2 de outubro de 2007


As Mulheres da Bíblia



As “Histórias de Amor, Luxúria e Desejo” das “Mulheres da Bíblia” sobre as principais figuras femininas nela presentes são-nos narradas, neste livro, por Naomi Harris Rosenblatt. A autora explica as várias histórias com uma sensibilidade criteriosa, mostrando grande compreensão pela dimensão humana das “personagens”.
As leituras e consequentes análises feitas pela autora advêm do seu interesse pelos Estudos Bíblicos, disciplina que lecciona em Washington, dos primeiros debates na Escola Reali de Haifa em Israel e das próprias discussões em casa sobre estes assuntos.
Trata-se de um livro de especial interesse para aqueles de espírito indagador ou para os que procuram, nos fundadores da história moderna, modelos ou figuras de inspiração. Mesmo para quem não leu o texto integral da Bíblia, esta poderá ser a forma de ler e ficar a conhecer, pelos olhos e interpretação da autora, as figuras femininas de Eva, Sara, Rebeca, Dalila, Betsabé, Jezabel ou da própria Rainha de Sabá. Esta é uma obra importante não do ponto de vista religioso, mas sim cultural e literário, visto que temos à nossa disposição novas interpretações de episódios do texto bíblico.

A Arte Perdida de Guardar Segredos


“A Arte Perdida de Guardar Segredos”, de Eva Rice, conta-nos a história de Penélope Wallace, uma jovem romântica que vive na Inglaterra em reconstrução e recuperação dos efeitos causados pela II Guerra Mundial, e da sua família peculiar. Ansiando pela idade adulta e pelo dia em se irá apaixonar, Penelope é o espelho dos primeiros adolescentes e da sua cultura própria. No entanto, vê-se diariamente obrigada a lidar com alguns aspectos que cruzam o seu caminho, repleto de paixões e medos. A mãe, uma eterna beldade que enviuvou cedo, é admirada por todos e ofusca constantemente a própria filha. O irmão mais novo, Inigo, em pleno início da era do rock’n’roll só pensa na música de Elvis Presley, ainda que Penélope não acredite que este alguma vez venha a ser conhecido. Para Penelope, no mundo musical só existe Johnnie Ray! Os seus amigos, a elegante Charlotte e Harry, o mágico excêntrico, compõem o seu círculo de relações mais próximo.
As aventuras e desventuras das personagens são emolduradas pela mansão Magna Hill, a outrora casa majestosa das grandes festas e bailes, mas agora decadente e a precisar urgentemente de reparações.
Está é uma história passada nos anos 50, época de grandes mudanças no universo dos jovens, narrada de forma leve e cativante e publicada pela Quidnovi. Trata-se de um livro onde o leitor poderá encontrar ecos de muitas das suas memórias de infância e de adolescência, fazendo lembrar os escritos e leituras de Jane Austen ou Enid Blyton.